Como desvirar um Laser

Minhas aventuras com barco a vela não começaram em Ilhabela! Eu fiz um curso básico de vela na Represa do Guarapiranga há alguns anos atrás e foi aí onde tudo começou...
Era um dia frio e o instrutor foi bem claro ao enfatizar técnicas para desvirar o barco, eu escutei tudo com muita atenção, mas algo me parecia um pouco errado... o barco era um laser, um barco pequeno para uma pessoa, como o da foto.

É um barco muito bom para se aprender a velejar, mas fiquei com aquele pensamento na cabeça e tive que perguntar: Mas... porque temos que aprender a desvirar o barco? E o instrutor foi bem claro: Porque o barco irá virar e você terá que desvirá-lo. Fiquei pensando: Como ele tinha tanta certeza que o barco iria virar? Bem ele é o instrutor e continuei ouvindo a lição:
"Se você tiver mais que 70kg, é bem simples, você precisa apenas empurrar a quilha para baixo com os braços e o barco irá desvirar sozinho." Que interessante, eu pensei, mas logo em seguida fiquei com dúvidas: mas espere um pouco, e se você tiver menos de 70 kg???
"Ah neste caso você deve ir até a proa do barco, escalá-lo com as mãos, até chegar na quilha, neste momento você deverá subir em cima da quilha e dar um pulo, para o barco desvirar, não é simples?"
Ah claro... não é ótimo isso, mas tentei ficar um pouco calma e tentei pensar que não seria o dia de desvirar o barco. Ledo engano.
Ao velejar tudo estava indo tudo bem, tínhamos que ir até a bóia, dar um bordo e voltar e assim por diante, quando de repente, outro aluno, velejando um pouco a frente resolver virar para o lado contrário, no mesmo momento em que eu estava virando e adivinhem só, os barcos se chocaram e o meu barco simplesmente virou.
Depois de engolir muita água da represa, o que me espanta muito, pois todos comentam sobre a poluição da represa, mas eu estou viva até hoje, o que já é um grande avanço. Eu tentei realizar o procedimento número 2, porque obviamente meu peso é menor do que 70kg, o que facilitou muito as coisas...
Bem, escalei o barco pulei em cima da quilha, umas 2 ou 3 vezes, e caí de novo na água, engolindo mais água ainda. Depois disso, a tentativa era para conseguir, quem sabe, subir no barco novamente.
Alguns minutos depois eu consegui, ufa! Em seguida e com o vento batendo frio e eu já não queria ficar velejando, pois estava congelando, terminei a aula logo com a lição de desvirar o barco aprendida.
Tenho apenas uma coisa a dizer para que não fiquem preocupados: o barco de cruzeiro que desejo adquirir, não vira de jeito nenhum, ele pode até virar 360 graus, mas sempre volta ao normal, não é reconfortante?

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