Pintando o convés… e o cockpit e o poço e…

O convés estava realmente bem perigoso, muito escorregadio e com a tinta descascando, por isso resolvemos que estava na hora de pintar.

Começamos pesquisando tintas e formas de como fazer o antiderrapante, mal sabíamos o imenso trabalho que nos meteríamos!

Tínhamos uma tinta PU bege que compramos para fazer a pintura do banheiro, e com ela e Dolomita malha 80 e quartzo malha 200, começamos os testes em um pequeno pedaço de madeira. O resultado foi que a malha 80 ficou muito áspero e a malha 200 muito liso…. Desta maneira resolvemos comprar quartzo malha 100 e esperar que ficasse razoável. 

A técnica de pintura do antiderrapante que escolhemos consistiu nos seguintes passos:

  1. Lixar a superfície com lixa 80

  2. Lavar com detergente 

  3. Limpar com desengraxante

  4. Aplicar primer epoxi com rolinho

  5. Com a tinta ainda molhada polvilhar o quartzo com uma peneira

  6. Após dar o tempo de toque do primer, cerca de 40 minutos, varrer o excesso de quartzo e aspirar com aspirador de pó para ser reaproveitado.

  7. Aplicar a tinta PU com rolinho (2 demãos), de modo a selar o antiderrapante, ficando com um superfície resistente e uniforme.

Este vídeo https://youtu.be/8J_z2MjE-0g  do Boatworks today mostra esta técnica de pintura de antiderrapante. 

Obs: Para usar a lixadeira e o aspirador de pó, ligávamos o nosso gerador.


Definida a técnica começamos a pesquisar os produtos que usaríamos: 

  • Primer epoxi branco da Sherwin Williams 

  • Tinta PU branco ártico da Sherwin Williams 

  • Quartzo malha 100

  • Rolinhos diversos

  • Pincéis diversos

  • Thinner 

  • Desengraxante 


Primeiro teste pintando a tampa que dá acesso ao eixo do leme:


Para um primeiro teste, escolhemos a menor tampa que temos, mas além de pintar, também reparamos a tampa, pois ela estava começando a trincar, e fazia um barulho de toda vez que pisávamos nela… (e justamente por isso ela estava trincando).

O jeito era deixar ela mais forte e dura para não deixar de ser flexível, e por isso preparamos uma massa com epóxi e quartzo. 

Como a tampa era pequena, pintamos toda ela, fizemos o antiderrapante e depois ainda polimos! Ficou incrível! 


Partindo para uma tampa um pouco maior…


A próxima escolhida foi a da caixa de âncora, pintamos dentro com primer epóxi e por fora o antiderrapante. 

Também ficou uma maravilha.



Partindo para uma tampa maior ainda! A tampa dos paióis…

Agora começam os reais problemas que vamos enfrentar quando pintarmos o restante. As áreas maiores são um pouco mais difíceis de se pintar, porque a tinta seca muito rápido! Teria que ser um trabalho mais coordenado para que o anti-derrapante ficasse bom! 

Pintamos a tampa e começamos a planejar o restante da pintura.


Problemas encontrados:

Fitas de Filetar

Descobrimos que a fita crepe azul da 3M, é a melhor porque ela gruda o suficiente para que possamos retirá-la depois sem que fique a cola, diferente da fita amarela, que resultou ser uma porcaria… (talvez por ficar no sol, não sei).

No entanto, para filetar (fazer as curvas dos desenhos do antiderrapante, ela não era a melhor opção, porque ela não faz as curvas!! Então depois de muito pesquisar, encontramos uma fita de filetar, verde, super fininha, excelente para as curvas! Fazíamos as curvas com ela, e depois colocávamos a fita azul para proteger o restante da área.



Tinta que seca muito rápido: Como já comentei, outro problema enfrentado, principalmente para grandes áreas, era que tinta secava muito rápido. Procuramos e pesquisamos um thinner que retardasse um pouco o ressecamento, no entanto ainda sim foi um enorme trabalho conseguir pintar o antiderrapante. Estávamos na Ilhabela, e o vento lá era constante, secando a tinta mais rápido ainda!

Vivendo a bordo e pintando: Dá para se imaginar o trabalho que foi pintar o barco na poita morando a bordo! Tínhamos que escalar, pular, fazer contorcionismo para entrar e sair!

Quase se dependurar para pintar algumas áreas! 

Escolhendo entre empapelar ou retirar: Uma grande dúvida era se iríamos retirar os ferros ou empapelar… algumas coisas nós tiramos, como as catracas e alguns cunhos, mas outras nós apenas empapelamos.

Encontrando problemas no meio do caminho: Esta é uma questão que acontece com muita frequencia, encontrar outros problemas no meio do caminho, como por exemplo, verificar que os cunhos estavam muito oxidados e requeriam atenção… Por si só este não é um item ruim, pois te obriga a deixar o barco um brinco! No entanto, atrasa muito o seu prazo!! Se for ficar fazendo tudo o que precisa, demora demais! 

Prazo de conclusão: Conforme comentei, você se planeja para terminar em um determinado período e acaba dobrando o tempo ou até triplicando! Começamos em meados de julho e acabamos só em novembro, ou seja, durou cerca de 6 meses! É claro que fizemos muito mais do que pretendíamos, mas é muito estressante!

Procurando a tinta azul: Não achamos exatamente a cor de tinta azul que estava pintado antes, mas como iríamos pintar tudo, então resolvemos mudar um pouco o tom.




Empapelando tudo

Um grande trabalho foi empapelar o barco todo! Todas as curvas dos antiderrapantes, por isso fizemos pequenas áreas de cada vez, facilitando assim um pouco o trabalho.



Trocando os cunhos.

Ao retirar os cunhos vimos que estavam muito oxidados, e resolvemos trocar.


Não conseguimos achar o mesmo modelo, por isso tivemos que adaptar. Reforçamos os furos com epoxi e tapamos outros, também com epoxi.


Resultado final


Sou suspeita, mas ficou lindo demais! é Recompensador! 


Antes


Depois




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